um dia depois

Anotações, processo e remédios: o que ficou no tribunal após o júri da Kiss

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Processo ainda permanecia no plenário após o fim do júri

Uma placa que indica o local do credenciamento para o júri e fios que antes prendiam banners na grade frontal são os únicos resquícios do maior julgamento da história da Justiça gaúcha. Pouco mais de 15 horas depois da leitura da sentença, quase nada lembra o intenso movimento dos dez dias anteriores no Foro Central I, em Porto Alegre.

A tenda de apoio aos familiares de vítimas e sobreviventes, que acolheu e serviu de ponto de encontro a quem sofria com as memórias trágicas relembradas durante o júri, foi desmontada ainda na manhã de sábado, por volta de 9h. Agora, o espaço voltou a ser o estacionamento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), ao lado do Foro Central.

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Na grade, que separa as instalações do Foro da calçada da Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, no Bairro Praia de Belas, restam pendurados alguns fios. Nos últimos 10 dias, eles seguravam dois cartazes que pediam justiça pelas 242 vítimas da tragédia da Kiss, retirado logo após a sentença que condenou Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos, ainda no começo da noite de sexta-feira.

Até mesmo procedimentos foram alterados. Até a sexta-feira, os cerca de 90 profissionais de imprensa credenciados para a cobertura do júri tinham acesso liberado à parte interna do prédio do Foro. Na manhã deste sábado, já não foram permitidas imagens do local.

COMO FICOU O PLENÁRIO

Após a sentença, a emoção dos familiares e o trabalho da imprensa, o plenário ficou vazio. Quando uma equipe terminava de desmontar os equipamentos de sonorizações e levar as televisões, apenas algumas luzes ainda estavam acesas no espaço. Nas bancadas anteriormente ocupadas por jurados, advogados de defesa, acusação, juiz e assistentes, sobraram resquícios do trabalho desempenhado durante 10 dias. O processo, com 91 volumes e cerca de 19 mil páginas, ainda permanecia em frente à mesa onde ficava o juiz. Por ali, também foram deixados objetos apreendidos durante a investigação que foram usados em plenário, como duas caixas de artefatos pirotécnicos e espumas de isolamento acústico.

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Nas mesas das defesas, folhas com anotações, cópias de trechos do processo e até mesmo pilhas para aparelho auditivo. Em uma das bancadas, foi deixada para trás uma folha com anotações sobre características dos jurados. Restos de lanches, canetas e uma sacola com erva-mate estavam ao lado de uma reprodução em duas dimensões da planta da boate.

Os jurados deixaram para trás balas e guloseimas e cópias de resumo dos processos. Na mesa ocupada pelo Ministério Público, uma cartela de comprimidos para dor de cabeça pela metade.

Aos fundos, atrás da mesa onde ficava o magistrado, estava a urna que foi utilizada na votação dos quesitos pelos jurados. De madeira, com cerca de 30 centímetros da altura, é a mesma utilizada em outros júris.

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A cadeira gamer usada pelo juiz Orlando Faccini Neto não estava mais lá. Conforme servidores, foi o primeiro item a ser levado do plenário, e agora repousa no conforto do lar do magistrado.

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